UM LUGAR SEM COORDENADAS é uma performance de Maria Fonseca e Miguel Moreira criada no contexto do projeto pluridisciplinar “Rastro, Margem, Clarão”, no qual um colectivo de criadores em artes performativas, artes visuais e ensaístas se propuseram pensar a escrita de Rui Nunes (n. 1945) nas suas heterogeneidades, nódulos temáticos e inquietações, numa abordagem arrojada e heuristicamente transdisciplinar.
SINOPSE
Deitados: um homem, uma mulher, dois corpos nus, sem nome. O olhar de quem vê desdobra-se, hesita, escolhe aproximar-se de um, sabendo que assim se afastará do outro. No momento seguinte, quem vê duvida da escolha; reformula, pois, a posição dos olhos. Aguarda, vacila: o seu olhar é, desde logo, uma combinação dos sentidos. Vê também a música de Cage, vê o cheiro dos corpos molhados na água. E, finalmente, vê o que desejava: dois corpos que irrompem, simultaneamente, do mesmo espaço e de espaços diferentes. Corpos que sem palavras, são como as palavras de Rui Nunes: lutam, cada qual, com o seu próprio corpo. São, por vezes, vírgulas, ou o desfazer da sintaxe. Procuram o outro num movimento que é desejo e medo. Dão-nos as costas, confundem-se, camuflam-se por entre os cabelos negros. Seduzem. Procuram-se nos reflexos da água, numa cabeça, num vaso, no desenho que será feito. Enfim, um reconhecimento. Por fim, um recolhimento: abandonam lentamente o nosso olhar, deixam-nos a sós com o vazio dos sentidos.
Um lugar sem coordenadas é uma performance de Maria Fonseca e Miguel Moreira, criada no contexto do projeto pluridisciplinar “Rastro, Margem, Clarão”, que envolve criadores em artes performativas, artes visuais e ensaio teórico em torno do universo da escrita de Rui Nunes.
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Criação e interpretação_ Maria Fonseca e Miguel Moreira a partir da escrita de Rui Nunes
Desenho e operação de Luz_ pedro fonseca/colectivo, ac
Concepção espaço cénico_ Maria Fonseca, Miguel Moreira, pedro fonseca
Construção espaço cénico_ colectivo, ac
Poema_ Rui Dias Monteiro
Sinopse_ Vítor Ferreira
Pesquisa e Teoria_ Diogo Martins
Fotografias presentes na performance_ Rui Dias Monteiro, Susana Paiva e Valter Vinagre
Fotografia de cena_ Helena Gonçalves
Acompanhamento de ensaios_ Ana Gil, Nuno Leão e Tiago Moura
Música_ John Cage – Sixteen Dances
Produção executiva_ Bruno Esteves
Produção_ Terceira Pessoa
Financiamento_ Direção-Geral das Artes / República Portuguesa – Cultura, Teatro-Cine de Torres Vedras
Residência de criação: Fábrica da Criatividade, O Espaço do Tempo