PLURIDISCIPLINAR
SINOPSE
A Possibilidade de uma ilha é uma coleção de dispositivos que convocam o público a refletir sobre vários acontecimentos performativos cuja premissa é: the artist is not present.
Aqui a dicotomia conceptual entre o tempo presente do fenómeno e a ausência física do artista/da obra são o ponto de partida que une todas as peças propostas para este projeto, levando a interatividade do público com a obra a um lugar de questionamento sobre onde está assente a intencionalidade da arte: a obra é a intenção do olhar para um objeto ou é simplesmente o objeto exposto ao olhar do público?
As peças aqui apresentadas podem ser lidas como ilhas de acontecimentos que aparecem e desaparecem ao ritmo do leitor/espectador que, com a sua presença, faz emergir e submergir micro-eventos no macro-vazio exposto na galeria.
Numa tentativa de amplificação e disseminação da ideia de que o artista não está presente ou de que obra não está aqui, “A Possibilidade de uma Ilha” está em exibição em 4 cidades de 2 países diferentes ao mesmo tempo.
Este projeto é o resultado da colaboração entre a Terceira Pessoa, de Castelo Branco e a Darling Desperados, de Estocolmo, ambas estruturas de criação artística que têm feito caminhos muito próximos no que respeita à forma e ao conteúdo de alguns projetos. Por um lado, as práticas intimamente ligadas às artes de palco, nomeadamente o teatro, bem como o constante movimento de questionamento desta disciplina, traz às duas estruturas uma relação de admiração mútua pela forma com que trabalham.
Os trabalhos que as estruturas têm desenvolvido nos últimos 3 anos, que abordam os universos do digital e do virtual, deram, por outro lado, força à efetivação desta parceria. Em “A Possibilidade de uma Ilha”, as estruturas desafiaram-se a trabalhar a performatividade do corpo – o analógico – em relação direta com a ausência da fisicalidade – o virtual. Este binómio vem desafiar a equipa artística a, mesmo estando fisicamente ausente, criar um conjunto de obras que ativem uma fisicalidade, uma presença e um presente, concretizando assim o desejo antigo de desenvolverem um projeto artístico juntas.
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Curadoria _ Darling Desperados e Terceira Pessoa
Obras e autores _
The blue line, de Nuno Leão;
Duck to island, de João Dias;
Vem e torna os meus sonhos frustrados em palavras de algodão, de Inês Nêves;
Sem título (sem data), sem artista, sem formato, sem medida, de Inês Nêves;
Possibility of an Island, de Ana Gil;
Le Vernissage, de Óscar Silva;
Love makes life less painful, de Katta Pålsson, Emma Creed e Ulrika Malmgren;
Dog Days, de Valentin Malmgren;
Explorer’s Diary, de Franco Veloz;
Spanish Suitcase, de Tinna Joné
Design Gráfico_ Cátia Santos
Produção Executiva _ Rita Boavida, Rita Piteira e Tamara Cruz
Apoio à Produção _ Bruno Esteves
Comunicação_ Rita Piteira
Financiamento _ Apoio República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes e Câmara Municipal de Castelo Branco
Apoios _ Fábrica da Criatividade, Romaria Cultural
Parceiros _ Rua das Gaivotas 6 / Teatro Praga e Galleri Artsight
Darling Desperados foi fundada por Ulrika Malmgren e Katta Pålsson.
Conheceram-se na Escola Superior de Teatro de Malmö, onde frequentaram a mesma turma em 84-87.
Performances premiadas e trabalhos artísticos pioneiros, fizeram do nome um símbolo associado a uma forma de arte de vanguarda que procura sempre colaborações com novas técnicas, histórias fortes, encenações inovadoras, artistas de vanguarda e oferece ainda um espaço para residência e pesquisa artística em relação com o público. Já encenou, dirigiu e interpretou mais de 50 obras originais, 15 curtas-metragens e fez digressões internacionais.
A sua primeira produção foi um filme baseado numa peça sobre os últimos 30 segundos de Marilyn Monroe, antes do momento da sua morte.
A decisão de que Darling Desperados deveria conter tudo o que elas queriam, filmes, teatro, música, performance, exposições … fez com que se transformasse no seu parque de diversões e local de trabalho durante quase 25 anos.
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