LUZ NEGRA é uma performance de Ana Gil e Nuno Leão criada no contexto do projeto pluridisciplinar “Rastro, Margem, Clarão”, no qual um colectivo de criadores em artes performativas, artes visuais e ensaístas se propuseram pensar a escrita de Rui Nunes (n. 1945) nas suas heterogeneidades, nódulos temáticos e inquietações, numa abordagem arrojada e heuristicamente transdisciplinar.
procurar o lugar que se esquiva, habituar-me à contínua fuga do mundo,
permitir em mim o sítio onde a palavra se apagou,
repousar nele como quem encontra a serenidade na desolação,
perder, perder cada vez mais até ao indizível,
não falar, não escrever, para enfim recomeçar:
a estrada é a espera de um nome.
in O Choro é um Lugar Incerto, de Rui Nunes
LUZ NEGRA é uma performance de Ana Gil e Nuno Leão criada no contexto do projeto pluridisciplinar “Rastro, Margem, Clarão”, no qual um coletivo de criadores em artes performativas, artes visuais e ensaístas se propuseram pensar a escrita de Rui Nunes nas suas heterogeneidades, nódulos temáticos e inquietações, numa abordagem arrojada e heuristicamente transdisciplinar.
A obra deste autor está repleta de elementos que assumem a escrita enquanto ato performativo: as páginas enchem-se de vazios, brancos, destacados a negro, rasuras, frases truncadas. Assim, a escrita parece convocar menos uma leitura e mais uma visão, aproximando-se do que há de a-verbal nos modos de coexistência entre diferentes sujeitos como acontece com os nossos gestos, a respiração, os movimentos do nosso corpo. É todo um registo que se consagra na performatividade, na violência e no fulgor do corpo in actu (o corpo que se realiza verdadeiramente enquanto dura a performance).
É a partir destes elementos que Ana Gil e Nuno Leão criam e apresentam uma performance em que o corpo se procura construir enquanto lugar e em que o próprio espaço devém um corpo em construção. Que lugar é esse onde hesitamos entre a perfeição e o desastre?
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
criação e interpretação_ Ana Gil e Nuno Leão, a partir da escrita de Rui Nunes
direção técnica luz e som_ pedro fonseca/coletivo, ac
concepção espaço cénico_ Ana Gil, Nuno Leão, pedro fonseca
construção espaço cénico_ colectivo, ac
pesquisa e teoria_ Diogo Martins
música_ “Las Islas Ressonantes”, de Eliane Radigue design de comunicação_ Cátia Santos vídeo de cena_ Tiago Moura fotografia de cena_ Alípio Padilha, Susana Paiva, Tiago Moura, Valter Vinagre produção executiva_ Bruno Esteves produção_ Terceira Pessoa – Associação residências de criação_ Fábrica da Criatividade Castelo Branco, Rua das Gaivotas 6, Cão Solteiro Residências, Devir/CaPA Centro de Artes Performativas do Algarve, O Espaço Do Tempo financiamento_ República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes, Cine-Teatro Avenida Castelo Branco